Review || Vox || Christina Dalcher

 Inquietante, é a palavra que usaria se o tivesse que descrever apenas em 1 palavra

Jean tem quatro filhos, e vê-se obrigada a desistir da sua carreira profissional e vida social. As mulheres são obrigadas a usar um dispositivo que conta as palavras que dizem, só podem dizer 100 por dia. A sua filha com 6 anos já tem a sua pulseira. Jean não se sente satisfeita, quando era uma jovem nunca se importou com política e agora mais que tudo pensa o que devia ter feito diferente. O seu marido não mostra grande importância quanto às preocupações de Jean.

Jean tem uma oportunidade de trabalho, tudo porque, por ser cientista o seu estudo, que tinha ficado a meio, era essencial para salvar o irmão da pessoa que ela mais odiava. Jean aceita e volta a descobrir a paixão, mas numa sociedade em que a mulher é novamente vista como quem deve estar em casa, como será possível esta paixão evoluir?

Este livro é uma distopia, e foi a minha primeira leitura deste género. Estava bastante reticente ao começar, não sabia o que me esperava. Digamos que o comprei por impulso.

Muitas das vezes eu conseguis sentir aflição por tudo o que Jean passava e toda a organização da sociedade, era bastante inquietante e comovente. Jean levava uma luta interior por causa da sua filha mais nova, e quando teve oportunidade tentou mudar as coisas, tentou chamar o seu marido à atenção. A inatividade do marido em relação ao que a sua esposa lhe dizia deixavam-me fora me mim e com vontade de entrar no livro e acordá-lo.

Este livro é de fácil leitura em termos de palavras utilizadas, mas tem uma carga enorme que me fez parar várias vezes, pelo lado positivo. Estas paragens foram feitas para reflexão própria das atitudes da sociedade atual e incluindo as minhas.

Digo que este livro é inquietante não só devido às reflexões que eu tive em relação a ele e à atualidade, mas também porque despertou diversos sentimentos em mim.